sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

D.R. versão 2014

Sacolas de compras na mão, esperando para atravessar a rua, quando um casal bem jovem também parou, exatamente quando ela acabava um discurso para dizer que ia acender um cigarro e pronto! Ele disse que ela não precisava dar satisfações a ele quando decidisse fumar.

Continuei meu caminho e eles continuaram trocando resmungos.

Na quadra seguinte por acaso nos aproximamos de novo e ele alertava: chegando lá não vou nem cumprimentar seu pais, antes de qualquer coisa vou ao banheiro. Não ouvi a resposta, mas ela não parecia ter visto algum problema nisso.

Ando mais um pouco, me afasto de novo e outra esquina, outra rua para atravessar.

E eu escuto aquilo que ele pensou ser o golpe fatal, o tom era de dúvida se ela continuaria levando o romance adiante: eu tenho chulé.

Ela não deixou por menos: eu ronco. E ele, altivo "Ah, ronca?  Da hora!"

Atravessamos, fui em frente e eles seguiram pela outra rua.

Se conseguirem manter a paixão pelo mínimo prazo necessário, são candidatos a bodas de ouro. Que Cupido, Afrodite, Eros, Santo Antonio e todos os deuses do amor e dos relacionamentos os guiem

domingo, 26 de maio de 2013

E as amigas começam a fazer 50!


Queria ir direto ao ponto, sintetizar em poucas palavras ou acordes as impressões sobre o aniversário da minha amiga, ontem. Mas é muita coisa!

Primeiro tenho que registrar o que me passou pela cabeça quando ela me convidou para a comemoração dos seus 50 anos. Pensei, "pronto, começou!". E lembrei que quando cheguei em casa com um dos primeiros convites de festa de 15 anos de alguma amiga, minha mãe comentou que viriam em série. Graças a Deus tenho todas as minhas amigas com quem comemorei os 15 (delas e meus) presentes no planeta, "nesta dimensão de vida" para virar os 50. Se vão comemorar ou não, é outra história.

Combinei com amigas comuns (na verdade, primas) a ida ao almoço e a magia começou aí. E este será um capítulo à parte. Primas, ô parte legal e importante da vida!

Achei que postar uma música no Facebook talvez resumisse tudo. Ficou soando na mente o verso do Chorão,
"histórias, nossas histórias, dias de luta, dias de glória". Fui atrás do vídeo, conferi a letra
"Canto minha vida com orgulho
Na minha vida tudo acontece
Mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce" e mais para frente
 
"A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar, nem perder mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho
Só não podem me tirar as coisas boas que eu já fiz
pra quem eu amo
E eu sou feliz e canto e o universo é uma canção e eu vou que vou"



Talvez pudesse ser, mas achei que Charlie Brown Jr é uma referência mais minha do que da Silvia e das amigas comuns.Não, Chorão, obrigada, dessa vez não é você o porta-voz.


Busquei em sites de letras de música a expressão "Velhos Amigos". 
Achei um rap do Emicida G-E-N-I-A-L e a Silvia é uma pessoa que pode ter um rap como homenagem aos 50 anos sem problema nenhum, repito ela PODE. E o rap dizia mais ou menos o seguinte:

"Se vejo um mano "yo!" aí quem é vivo sempre aparece
Então chega
Pede uma breja
Puxa uma cadera
Porque assunto nois tem pra tarde inteira
Amizade verdadeira
A gente sente
Eu posso ficar 3 vida sem trombar que nóis é amigo pra sempre"


(Link: http://www.vagalume.com.br/emicida/velhos-amigos.html#ixzz2UPFziXM3 )
Mas não era (só) isso.
Daí achei uma canção terna e verdadeira do Almir Sater, muito bacana. Tá quase.

A próxima foi bem emocionante e lá fui eu chorar vendo o vídeo da música do Oswaldo Montenegro chamada "Velhos Amigos".
 
Daí veio, not last (porque tem um monte de outros artistas menos conhecidos com canções com esse título) e muito menos least. É TUDO lembrar de "Old Friends", nada mais, nada menos do que show do Simon & Garfunkel cuja fita cassete (!!!) deve ter desintegrado dentro do toca-fitas do gol verde da Silvia. Ouvíamos MUUUIIIITO isso, nos idos de...81, 82, 83!! Não me atrevi a ver o vídeo (chega de choro!), mas li a letra. Ah, não. Bacana um trecho
("Memory brushes the same years, Silently sharing the same fears"), mas meio deprê...(How terribly strange to be seventy)
Nã, nani, nanããão! Quando formos seventy vamos ser velhinhas serelepes!
E aí piora:

"I have a photograph,
Preserve your memories,
They're all that's left you"

Ah, mas não é só o que sobrou MESMO!!
Enfim, quem tiver vontade e paciência pode conferir no site chamado Vagalume essas músicas que, todas juntas, dizem da maravilha que é ter velhos amigos.


Assim, queridos Silvia e Victor, prezadas Luciana, Bia, Dizy, Julio, Cyzinha,Pedrita e Solange, bem como as queridas Tia Marilene e Regina, podemos dizer que o almoço foi (meio clichê, sorry, mas é verdade) a celebração da vida! Vida que a gente pode ouvir falar e ver em várias formas de arte, em vários estilos de música e é aí que está a graça! Aí que a gente vê como é feliz por ter por perto gente que fez, faz e vai continuar fazendo da vida delas e da minha uma grande delícia! A feijoada estava deliciosa, mas eu acho perfeito o slogan que o McDonalds usou uma época: "AMO MUITO TUDO ISSO!"

E já que 50 anos é muito bom, que tal pensar neles com praia, ondas, música inesquecível, gente bonita, emoção, suspense, clima de seriado policial...Acho que melhor mesmo pensar no tema do "Hawai 5.0"! Divirtam-se! Fica o link, já que (assim como os melhores sentimentos) é uma música que não tem letra, nem verso...http://youtu.be/MC64gKvh5R8

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Marisa, Valdir, outros nomes e os que não podemos saber o nome e a sorte.

O bebê de Marisa, Victor Hugo, tinha mais ou menos 6 meses quando nasceu o meu filho mais velho Fabrízio.
Um ano e alguns meses depois, nasceu um outro menino, de quem só sabemos a data de nascimento, 12 de abril de 1995, sabemos da existência de histórico de passagens pela Fundação Casa e que foi agora recolhido mais uma vez. Apesar de estar na mídia, o nome dele, de sua mãe não nos é dado saber. Preservaram-no.
Alem de termos dado a luz em época próxima, Marisa e eu temos em comum o zelo e a preocupação com os filhos. Aparentemente o marido dela faz a linha "paizão", como o meu Carlos.
Até o presente momento, a diferença maior entre Marisa e eu é que eu estou com mais sorte. Meu primogênito e meu caçula, Felipe, circulam por São Paulo, pelo metrô, pelas ruas, pelos trens, de manhã, de tarde, de noite. Para estudar, para trabalhar, para se divertir. E eu tento fazer como Marisa, saber se estão bem, se já estão chegando em casa. Além de zelo, para mim é condição de sobrevivência, porque a sobrevivência deles pode vir a depender de pessoas como aquele rapaz que não pudemos saber o nome.
No fundo, mesmo que os nossos filhos achem isso dramático demais, milhões de mães como eu tem medo de se tornar Marisa, os pais tem medo de se tornar José Valdir. Que esse casal enlutado, estraçalhado como ela mesma disse, me perdoe por essa afirmação, mas eles sabem que é verdade. Nós gostaríamos de não ter medo de virarmos Marisa e Valdir. Num mundo com tudo torto e errado, qualquer casal pode ser Marisa e Valdir chorando amanhã. Eles continuavam um trabalho de 19 anos, cheio de amor, de luta, de preocupação com a saúde e a formação quando...o rapaz que não sabemos o nome, cuja mãe não sabemos o nome, acabou com tudo. Lindas, fortes e doces lembranças são o que ficou do bebê que Marisa teve um pouco antes de mim. Por coincidência, até uma amiga Mariana em comum eles tinham. Mais uma que está chorando, indignada. Uma além dos muitos, todos jovens perplexos que estavam no funeral. Jovens em funeral de jovens, ninguém vê o absurdo disso?  Jovens dizimados por outros jovens. É guerra.
Ouvi dizer que o menino de quem não sabemos o nome já tem advogados. Marisa e Valdir tem o que?
Uma vida para tentar tocar, os filhos mais velhos que o saudoso Victor Hugo, uma tristeza que eu faço questão de nem tentar imaginar a profundidade, desculpe mas tento fugir mesmo de ter isso em comum com Marisa. Eles tem também um país inteiro clamando pelo fim da impunidade. Na verdade, isso eles, nós, com nomes, histórias de luta e trabalho, todos já tínhamos. Antes dos nossos bebês nascerem, aliás. Quando eles nem tinham nome.
E gente que não se pode divulgar o nome (gente sim, porque animal algum mata de forma tão cruel sem motivo) se esconde atrás de uma confortável cortina. Eu até agora (e espero que para sempre) tive mais sorte que Marisa. A mãe que não sabemos o nome, do filho que não pudemos saber o nome, sabe exatamente onde seu filho está, sabe que será alimentado, se adoecer será tratado e sabe que das traquinagens que ele aprontou alguém vai se ocupar para tentar resolver. Sorte dela.    





quarta-feira, 6 de março de 2013


"PRA QUEM TEM PENSAMENTO FORTE O IMPOSSÍVEL É SÓ QUESTÃO DE OPINIÃO, DISSO OS LOUCOS SABEM. SÓ OS LOUCOS SABEM..."

Polêmico, sem dúvida. E libertário, mais ainda. Crente, no melhor dos sentidos. Crente no poder do bem, do trabalho, da música, da batalha, do exemplo de correr atrás do que se sonha. Esse exemplo, sim, as bandas que estão começando tiveram dele, especialmente as daqui de Santos. Essa foto do meu filho Fabrizio com ele foi num desses momentos. Só os loucos sabem de algumas coisas e se arriscam a ser loucos e foram esses riscos, talvez nunca calculados que fizeram essa figura ter tanta influência. Além do talento, das letras. A humanidade precisou de muita gente assim para desemperrar alguns (pre)conceitos. Precisou ter Chorões nessa vida para algumas pessoas entenderem que skate, música e rock´n roll podem envolver trabalho e geração de empregos. Que cabeludos e tatuados podem ser moços de boa índole, que pessoas com essa veia libertária (e uso a palavra duas vezes porque era isso que emanava dele) podem ter um comportamento às vezes discutível, mas não são só isso. Vão falar muita besteira e de onde ele estiver vai rir muito. E para não ter que dar muita explicação na hora do check in no céu, foi junto com o Chavez, assim São Pedro vai ter muito mais com que se preocupar do que ele. Mais uma vez foi ligeiro...